Jornalista, é hora de voltar a estudar
Jornalistas assustados, cabisbaixos e envergonhados. Em geral, são assim que eles chegam aos meus cursos. Primeiro, temendo pelo que irão ver no treinamento, ou seja, um conteúdo totalmente desconhecido. A dúvida sobre a capacidade de absorção do que será mostrado amedronta. No fundo, eles sabem que aquele conhecimento já deveria ter sido adquirido há algum tempo.
Para quebrar o gelo, peço que todos se apresentem de forma breve. E aí tudo fica mais claro: praticamente todos ali estão na mesma situação. Surgem os primeiros sorrisos e várias cabeças começam a balançar positivamente. Era como se quase todos na sala quisessem gritar “eu também estou sofrendo com isso!!!”. Então, rapidamente, o curso vira uma terapia. Consegue imaginar uma terapia em grupo com jornalistas? É uma loucura, mas já estou acostumado…
CURSOS ONLINE: veja nossos treinamentos em formato EAD
AGENDA: confira as datas das próximas turmas presenciais
GRÁTIS: acesse e-books, videoaulas e outros materiais
GRÁTIS: cadastre-se para receber nossas novidades
Nesse jogo da verdade que acaba rolando naturalmente, alguns se sentem tão à vontade que vão logo fazendo confidências. A mais assustadora para mim, mesmo depois de quase 50 turmas formadas, é quando disparam: “Almir, esta é a primeira vez que volto a estudar depois de anos de formado”. Alguns se referem a décadas. Triste e trágico. Como culpar o mercado ou a falta de reconhecimento diante deste cenário?
Em geral, estes são profissionais que passaram uma eternidade trancafiados numa redação. “Esqueceram” de se capacitar, de se reciclar. Como se estivessem com os olhos vendados, não enxergaram a transformação digital que ocorria. Ou pior: não quiseram enxergar, pois não era necessário. Afinal, tinham um diploma de Jornalismo, ainda que mofado num canudo vermelho.
Vítimas de um passaralho ou do fechamento de algum veículo, esses jornalistas raiz que torciam o nariz para Marketing Digital e afins voltam a procurar emprego. E se deparam com a exigência de habilidades como SEO, Inbound Marketing, conhecimento avançado em redes sociais, criação de anúncios para Facebook… Aprender tudo isso, depois de anos de formação, é a única alternativa para sobreviverem.
Engana-se quem pensa que apenas profissionais seniores precisam voltar para a sala de aula. Nos meus cursos, é muito comum irem estudantes de Jornalismo e recém-formados. Quando pergunto o que tiveram de conteúdo digital na faculdade, alguns respondem “duas aulas de redes sociais” e, outros, “um semestre de Jornalismo Online”. Oras, Jornalismo Online eu tive na minha época, no início dos anos 2000!
Pouquíssimas instituições capacitam (de verdade!) seus estudantes para o que o mercado realmente exige. A maioria dos jovens, que acaba de se formar, já chega desatualizada ao mercado. E precisa voltar correndo para a sala de aula e fazer cursos de extensão. Porque, principalmente esta nova geração, terá a carreira muito mais desenhada no Marketing Digital do que no Jornalismo.
Então, colega jornalista, não acredite que só o seu diploma de Jornalismo é suficiente hoje em dia. Isso é muito pouco – eu diria que quase nada – perto do que mercado exige. Mude sua mentalidade, capacite-se e talvez, assim como eu e como muitos dos meus alunos você, descubra um universo fantástico, encantador, cheio de oportunidades. E acredite: inclusive para você ser jornalista.
CURSOS ONLINE: veja nossos treinamentos em formato EAD
AGENDA: confira as datas das próximas turmas presenciais
GRÁTIS: acesse e-books, videoaulas e outros materiais
GRÁTIS: cadastre-se para receber nossas novidades
2 Comentários
Há um aspecto curioso nesse contexto: redações e veículos de imprensa em geral são os ambientes menos incentivadores de capacitações. Por um lado, nunca há tempo. Os jornalistas estão enfiados numa rotina em que sequer cabe vida social, quanto menos estudar. Por outro lado, chefes em redações são mestres em desestimular a capacitação de seus comandados. Há uma razão por trás disso: profissionais melhores e mais capacitados ameaçam chefes medíocres — e as redações estão cheias deles. Ademais, a falta de incentivo está no bolso: empresas jornalísticas tradicionalmente não só não pagam cursos de especialização para seus colaboradores como também não valorizam, com aumentos de salário ou promoções, por exemplo, funcionários capacitados e reciclados. A bronca só vem com o passaralho: é o momento em que o profissional se reconhece ultrapassado e antiquado. E aí começa a maratona de atualização para manter-se ativo e empregável — geralmente, fora das redações.
Mas, vale dizer, que nada disso seja desculpa para que não nos capacitemos. Certamente fora das redações teremos muito a aportar.